sexta-feira, 15 de julho de 2011

Fim

Depois de uma longa viagem pelas estradas alagadas de Recife finalmente estou em casa. Chego do cinema, acabo de ver o último filme da saga Harry Potter. Aqui vão as minhas impressões sobre esta experiência fabulosa que acabo de viver nas últimas quase 3 horas.

Toda experiência merece ser contada do começo, portanto devo contar ao menos uma breve introdução de como me apaixonei pela saga. Sempre ouvi falar da história, mas nunca senti interesse, até que conheci na escola uma garota meio fanática. Certo dia fui à casa desta amiga e assistimos lá matade da Câmara Secreta, este pouco foi suficiente para me encantar. Eu tinha 11 anos, e estava próximo da estréia do Prisioneiro de Azkaban. Desde então estive presente em toda santa estréia, e li todo santo livro.

Hoje, a fila de entrada era, obviamente, digna de uma estréia de Harry Potter. Estava lotada, por pouco fechando uma volta de 360º no cinema, e, apesar da hora, 21h, havia um misto de faixa etária – dos mais adultos passando pelos jovens e chegando às crianças –, não restando dúvidas de que a saga uniu gerações.

Podia sentir meu coração acelerar um pouco quando pensava que era a última vez que aquilo estava acontecendo, mas quando abriram a sala 3 do cinema não consegui pensar muito, ainda bem, foi rápido o meio tempo entre sentar na poltrona e o início do filme.

Achei que ia chorar um rio Nilo inteiro, até preparei meu pai, pedindo que não sorrisse de mim. Se eu chorei? Chorei. Chorei três únicas vezes, e todas as vezes devido a mortes de personagens, sou uma eterna manteiga derretida. Mas a maior parte do tempo sorri, pois cada minutinho dentro daquela sala de cinema parecia um motivo para comemorar. E eu não era a única, podia ouvir muitos narizes fungando, mas também ouvi muitos sorrisos, inclusive aplausos, que eu não ouso recriminar.

É pouco criativo dizer que foram horas mágicas, mas deve ser a palavra que melhor define agora – ou é tudo que posso pensar no momento: magia. Ao fim do filme havia apenas um sorriso de satisfação em meu rosto, e, assim como meu pai, fiquei espantada com as poucas lágrimas derramadas, mas acredito que foi o melhor que poderia ter acontecido.

Talvez o mais estranho foi o sentimento ao caminhar em direção ao estacionamento do shopping que estava praticamente vazio. Acabou. “Como vai ser agora sem estréias de filmes do Harry para esperar, pai?” foi tudo o que perguntei. “Lembra do que foi dito no filme? A vida continua. Tu viu no fim do filme? Não acabou, a história continua.” Sorri mais uma vez e fiquei em silêncio enquanto a gente caminhava, “é verdade” pensei. “Um grande filme, não foi?” ele me perguntou, e foi respondendo logo em seguida “é o melhor na minha opinião.”

Provavelmente concordo com meu pai. Provavelmente este foi o meu filme favorito dentre os oito. Incrível como a JK arquitetou o fim da trama, muito boa direção do Yates, e os atores estavam inteiramente no clima do filme. Por fim, a aura do filme se dá por completa com a mobilização dos devotos.

Uma tromba d’água caia enquanto voltávamos para casa. Foi neste clima soturno e aconchegante que se deu por encerrada mais uma fase de minha vida.